João Alfaro
“Natureza XI”, 2016
Pintura sobre tela de
50 x 120 cm
Há um lugar para tudo: nos mais
nobres ou funestos locais; ora engrandecidos pela beleza e historial do espaço
e da magia encantatória que existe em momentos e em circunstâncias; ora no esquecimento ou num qualquer horripilante
lugarejo. É assim com tudo, até com as pessoas: enaltecidas ou propositadamente
esquecidas.
Uma pintura, por muito afecto e
carinho com que foi feita (creio que acontece muito com toda a gente que
pinta), tem sempre que ficar em algum lugar. Como é normal arrumada num canto e
é fácil perceber porquê. Não há paredes para sustentar tanta produção que se
faz em todo o lado. São muitos os que tanto produzem e nunca conseguem mostrar
a entrega e o amor dedicado ao trabalho artístico. Mas há os outros: aqueles
que o tempo passa e a obra fica para gerações futuras usufruírem do imaginário
de um tempo e de um modo. É entre estes dois mundos que o artista vagueia. Mas
primeiro é preciso trabalhar muito, sempre com verdade e entrega absoluta, como
é o amor, porque de amor se trata. Depois outras contingências farão os
caminhos do esquecimento ou da glorificação. Mas isso é outra conversa, para outro momento.
Agora, neste meu caminhar, a preparar telas para um espaço
previamente concebido. Resta-me aguardar para ver se o que faço terá ou não algum impacto depois de tanta
entrega e amor, obviamente..
E vos deixo com as palavras do
escritor inglês que viveu de 1874 a 1965 , William Maugham:
“A arte, um dos grandes valores da vida, deve ensinar aos homens:
humildade, tolerância, sabedoria e magnanimidade.”
Sem comentários:
Enviar um comentário