João Alfaro
“Natureza X”, 2016
Pintura sobre tela de
60 x 100 cm
Cada novo desafio é uma procura.
O objetivo é criar plasticamente uma imagem que seja apelativa, coerente com o
percurso individual e integrada nos modelos contemporâneos da arte. É muito
difícil fazer seja o que for de inovador, mas todos os dias há sempre grandes
novidades na ciência e na técnica, que transformam a vida das pessoas com o
surgimento de meios novos, que se pretendem facilitadores no viver. Basta pensar
nas novas tecnologias da informação e o que isso implica no comportamento
social. A arte acompanha as constantes mudanças, quer com a introdução de novos
materiais de apoio e de incorporação nas obras, quer com a envolvência global e
troca de informação entre todos os agentes criadores e fruidores.
Ciente da necessidade de fazer
parte de um tempo – o tempo presente, porque não há outro – e de pintar dentro
do espírito da inovação e dos processos mais recentes, porque repisar nas mesmas teclas e repetir o que
outros já fizeram não faz sentido, nem é atraente, todavia, é bom também
destacar a coerência e o lado cativante no caminhar e nos
propósitos que cada um escolhe. Eu escolhi o prazer de lidar com os materiais, saborear todo o processo e ter o controle absoluto e único no fazer. Sem pressa nem fantasias. Outros não.
Pintar a natureza e obter
resultados tão similares a tantos de outras épocas, não é de modo nenhum inovar, é apenas um usufruir do prazer da concepção. Só isso. Agora ainda
numa fase de estudo, embora sejam telas de alguma dimensão, tudo o que estou a fazer é um
iniciar para outros patamares e objetivos bem diferentes, daí este meu eterno
fascínio pelo espalhar as cores numa superfície, independentemente das
tendências da moda. Para breve a amostragem num espaço sui generis.
E vos deixo com as palavras do
ensaísta e romancista argentino Ernesto Sábato que escreveu:
“As modas são legítimas nas coisas menores, como o vestuário. No
pensamento e na arte, são abomináveis.”
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