quarta-feira, 11 de maio de 2016

O meu caminhar







João Alfaro


“Natureza X”, 2016


Pintura sobre tela de 60 x 100 cm







Cada novo desafio é uma procura. O objetivo é criar plasticamente uma imagem que seja apelativa, coerente com o percurso individual e integrada nos modelos contemporâneos da arte. É muito difícil fazer seja o que for de inovador, mas todos os dias há sempre grandes novidades na ciência e na técnica, que transformam a vida das pessoas com o surgimento de meios novos, que se pretendem facilitadores no viver. Basta pensar nas novas tecnologias da informação e o que isso implica no comportamento social. A arte acompanha as constantes mudanças, quer com a introdução de novos materiais de apoio e de incorporação nas obras, quer com a envolvência global e troca de informação entre todos os agentes criadores e fruidores.




Ciente da necessidade de fazer parte de um tempo – o tempo presente, porque não há outro – e de pintar dentro do espírito da inovação e dos processos mais recentes, porque  repisar nas mesmas teclas e repetir o que outros já fizeram não faz sentido, nem é atraente, todavia, é bom também destacar a coerência e o lado cativante no caminhar e nos propósitos que cada um escolhe. Eu escolhi o prazer de lidar com os materiais, saborear todo o processo e ter o controle absoluto e único no fazer.  Sem pressa nem fantasias. Outros não.



Pintar a natureza e obter resultados tão similares a tantos de outras épocas, não é de modo nenhum inovar, é apenas um usufruir do prazer da concepção. Só isso. Agora ainda numa fase de estudo, embora sejam telas de alguma dimensão, tudo o que estou a fazer  é um iniciar para outros patamares e objetivos bem diferentes, daí este meu eterno fascínio pelo espalhar as cores numa superfície, independentemente das tendências da moda. Para breve a amostragem num espaço sui generis.




E vos deixo com as palavras do ensaísta e romancista argentino Ernesto Sábato que escreveu:







“As modas são legítimas nas coisas menores, como o vestuário. No pensamento e na arte, são abomináveis.”

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