segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Fim da linha

 
 
 
 
 
 
 
 

João Alfaro, 2015
Prendas de Natal
 
 
 
O Natal está a chegar. Todos os anos esta quadra é um mar de esperança: uns convictos, outros nem tanto. Há que acreditar e continuar naquilo que nos move, mesmo que, aparentemente, tudo indique que o sonho acabou. De sonhares se fazem os dias e se constroem os desejos. Realizáveis ou não a vida passa. As memórias ficam. E do que me lembro é esta persistência em continuar, mesmo que por caminhos solitários e em túneis sem luz, mas eu sou assim: vou por aí, continuamente.
 
 
 
Mais uma exposição a acabar. O trabalho foi imenso. A entrega quase absoluta. O resultado: o costume. Não espero nada de novo. Em lado nenhum. Surpreso fico quando no marasmo chega a esperança e a luz dos meus olhos. Depois tudo fica igual ao mesmo de sempre. Amanhã é outro dia. Com mais memórias, alegrias e lembranças que o tempo não esquece. Por aquilo que não fui capaz me penitencio, mas a realidade é a possível e não a sonhada. Haverá, provavelmente, outras exposições, todavia o expectável é o habitual. Nada vai mudar, porque deixei de me mudar. É o fim da linha. Da minha, claro.
 
 
 
E, vos deixo com as palavras do escritor, autor, ensaísta, poeta e naturalista americano do século XIX Henry David Thoreau, que um dia disse:
 
 
 
“Se os homens se detivessem a observar apenas as realidades, e não se permitissem ser enganados, a vida, comparada com as coisas que conhecemos, seria como um conto de fadas ou as histórias das Mil e Uma Noites.”


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