segunda-feira, 16 de março de 2015

Retratar II

 
 
 
 
 

 

 
 
 
João Alfaro
Aguarelas, 2004
 
 
 
Fascina-me a captação pela imagem criada plasticamente, de episódios que a memória leva, mas que o registo artístico mantem no tempo e na lembrança. Há momentos mais singulares que outros, recordáveis, e, por isso mesmo, contemplativos, que originaram trabalhos diferenciados, na minha obra. Hoje recordo, ao ver aguarelas pintadas no passado, gente que um dia fez parte dos caminhos por onde andei. E tanto mudou. Na vida deles e na minha. Apenas as aguarelas pintadas desses momentos estão iguais, para memória futura. Por isso gosto tanto de retratar, porque com a constante mudança que é a vida de cada um, olhar um instante e transformá-lo numa análise introspetiva é a continuação do eterno jogo do passado ligado ao presente e, com elos ao futuro, que é o propósito basilar da arte. De hoje e de sempre.
 
 
 
 
 
Termino recordando, hoje, as palavras de Oscar Wilde, que um dia disse:
 
 
“Todos nós, sem exceção, passamos a vida à procura do segredo da vida. Pois bem: o segredo da vida reside na arte.“
 




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