Viajei. Muito. Sobretudo pelo espaço
europeu. E vi tanto de tanto: diferentes povos, culturas díspares, objetivos
comuns: edificar o futuro, sem esquecer o passado. O Coliseu de Roma, a Capela
Sistina, a Torre Eiffel, a Sagrada Família, Praga e arte sem fim em cidades
mil. Adorei, obviamente. Fiquei mais rico. Espiritualmente. E, compreendi
quanto é importante saber conciliar a vontade de acreditar em ideais sublimes,
que enriquecem os valores maiores da condição humana, em prol de um presente
conciliador e de um amanhã para os descendentes.
Mas temo que o que vi não tenha
muito futuro, face ao que os números indicam. A realidade - porque todo o tempo
é composto de mudança, e não necessariamente num sentido evolutivo do
pensamento e do progresso científico – pode regredir nos seus valores e nos
seus propósitos, face ao fundamentalismo que, muitos, ingenuamente, ou por
preconceito, ou por radicalismo ideológico não querem ver com olhos de ver.
Toda a minha vida foi sendo feita
com paixão no que fui acreditando a cada momento. A pintura surgiu como fonte
inspiradora dos desejos e dos sonhos, num plano de afirmação, para que o
registo do meu percurso fosse um modo de dizer que andei por aqui, saboreando a
beleza, com liberdade e respeito, sem dogmas, nem sofismas, nem
constrangimentos.
Os tempos agora começam a ficar
mais negros. Muitas são as nuvens indiciadoras de que o tempo é outro. Cada vez
mais negro, porque as burkas estão a chegar.
“Se a liberdade significa alguma
coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não
querem ouvir.”
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