João Alfaro
“Banho III”, 2014
Pintura sobre tela de
120x80 cm
Nada de novo. Os dias são quase sempre
iguais, embora umas vezes pareçam mais luzidios, e outros nem tanto. Tudo
depende do olhar. Do pensamento, melhor dizendo. Ou do desejo. Ou da
imaginação. Ou do querer. Ou de outra coisa qualquer. O tempo passa entretanto,
entre as tarefas diárias, as obrigações do costume e as esperanças de sempre.
Amanhã é outro dia e logo se verá. Pois.
Eu bem sei que a obrigação é
inovar, construir algo de sublime e acalentador. Na fantasia, sobretudo. No
usual das rotinas que constituem quase a globalidade do estar, tudo é bem
diferente. A criatividade dá lugar aos lugares-comuns e à banalidade dos
gestos, atitudes e desfechos previsíveis. Felizmente que ao inverno sucede
sempre o verão mas, o bem não dura sempre e, o calor que traz
consigo a luz, agora, está a perder a intensidade que aquece a alma, com o final do veraneio, significando
que o inverno está a chegar e, com ele as noites longas e as angústias do costume.
Mas basta de lamentações, porque o que gosto mesmo é de cada novo dia: ele é a
luz, a esperança, o desejo de pintar, de partilhar amizades e contemplar o que
me resta, o que me deixa feliz. Pois.
E vos deixo com palavras in “Textos Judaicos” segundo David
Luzzato Samuel:
"O homem não é julgado pelas suas opiniões, mas pelos seus atos."
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