sábado, 4 de outubro de 2014

Nada de novo

 
 
 
 
 
 
João Alfaro
“Banho III”, 2014
Pintura sobre tela de 120x80 cm
 
 
 
Nada de novo. Os dias são quase sempre iguais, embora umas vezes pareçam mais luzidios, e outros nem tanto. Tudo depende do olhar. Do pensamento, melhor dizendo. Ou do desejo. Ou da imaginação. Ou do querer. Ou de outra coisa qualquer. O tempo passa entretanto, entre as tarefas diárias, as obrigações do costume e as esperanças de sempre. Amanhã é outro dia e logo se verá. Pois.
 
 
 
 
Eu bem sei que a obrigação é inovar, construir algo de sublime e acalentador. Na fantasia, sobretudo. No usual das rotinas que constituem quase a globalidade do estar, tudo é bem diferente. A criatividade dá lugar aos lugares-comuns e à banalidade dos gestos, atitudes e desfechos previsíveis. Felizmente que ao inverno sucede sempre o verão mas, o bem não dura sempre e, o calor que traz consigo a luz, agora, está a perder a intensidade que aquece a alma, com o final do veraneio, significando que o inverno está a chegar e, com ele as noites longas e as angústias do costume. Mas basta de lamentações, porque o que gosto mesmo é de cada novo dia: ele é a luz, a esperança, o desejo de pintar, de partilhar amizades e contemplar o que me resta, o que me deixa feliz. Pois.
 
 
E vos deixo com palavras in “Textos Judaicos” segundo David Luzzato Samuel:
 
"O homem não é julgado pelas suas opiniões, mas pelos seus atos."

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