João Alfaro
“Aria”, 2014
Pintura sobre tela de
80 X 80 cm
Não sei se é este pensamento
imbuído do espírito do “Velho do Restelo”,que me deixa nesta angústia de ver mais do mesmo. Apesar de tantos esforços
e de tanta retórica quase nada mudou: ele é o futebol; ele é a música ora
de estridentes sonoridades, ora de lamechas sem fim; ele é a libertinagem; ele
é o presente desencontrado. Neste cantinho é o que eu observo. Agora. Sem
vivalma não é preciso construir mais espaços públicos; nem passeios; nem
jardins; nem cicloturismos; nem piscinas; nem pavilhões; nem bibliotecas; nem
mais nada. É preciso sim edificar imaginários. Reclamar sempre e exigir.
Protestar. Vociferar nem que seja por dá cá aquela palha, porque, por onde vou,
só vejo o vazio dos espaços, o desleixo no betão, nas estradas, nas ruelas, na
linguagem. Importante mesmo é que há futebol amanhã e depois, “música pimba”
para os mais velhos, e, rock com fartura para a juventude. Como estou feliz. O
meu médico (otorrino) também.
E vos deixo com as palavras de Henri
Lacordaire:
“O desânimo é a morte da virilidade.”
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