João Alfaro
“Joana”, 2013
Pintura sobre tela de 80x80 cm
Hoje há eleições em Portugal. Um
país tão pequeno com três governos ( Açores,
Madeira e Continente), 308 municípios, 4259 freguesias e infindáveis organismos
dependentes do contribuinte vai votar. Este Estado, que se quer de Direito, irá
escolher os representantes do poder local. E são tantos, tantos, tantos...,
porque as freguesias não se podem reduzir, nem os municípios, nem os restantes
organismos... Eu bem sei que qualquer Democracia, que se preze, tem custos. A
nossa também. Elevados, diga-se. Confesso que sou cético perante o panorama nacional, mas eu apenas faço parte da lista dos muitos descrentes, embora reconheça a valia de candidaturas e a sua postura ética e moral. O meu
voto é somente um dever de cidadania. Das paixões que a vida comporta nada é
mais sublime que a arte da verdade, e, essa é difícil de encontrar na política.
Talvez apenas na Arte. E no amor. Algumas vezes...
Na minha concha me reservo para
os meus encantos onde procuro ilustrar o lado da harmonia, da beleza e da
serenidade pintando, longe, portanto, dos jogos de poder que não se enquadram
neste meu modo de ser e estar. Os dias, para mim, são sempre em busca da estética
pictórica preenchidos de fantasia e caprichos, porque sem eles cada aurora
seria sempre cinzenta, e do que gosto mesmo é das cores; da grande música ( que
é sempre colorida); dos amigos ( que irradiam cromatismos) e dos meus (fonte de
muitas luzes).
Vou pintar com muitas cores. Hoje.
E vos deixo com as palavras de
Voltaire, in “Livro dos Disparates”:
“A política tem a sua fonte na
perversidade e não na grandeza do espírito humano.”
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