João Alfaro
“Rati”, 2013
Pintura em tela ( em construção) 80x80
cm
Sempre fui dependente e sempre
serei. Dependo da família; dos amigos; dos desconhecidos; dos sonhos. Simplesmente
sou um dependente. Todas as manhãs quando bebo o meu café me sinto feliz pelo
momento, pela gustação, pelo ato em si. De quando em vez penso naqueles que lá
longe, não sei onde, em condições que nem imagino, tudo fizeram para que o café
fosse um dom divino no meu palato. Vi sempre o mundo multicolorido, multicultural,
diferenciado. Tenho medo, confesso, da violência. Daqueles que em nome dos
fundamentalismos tudo destroem, quando o que é preciso é construir mais e
melhor. Eu bem sei que é tudo muito complicado. Uma coisa é falar com a barriga
cheia, outra é quando o pão falta na mesa. Também sei, que não é só uma questão
de ter ou não ter, é, sobretudo, estar consciência ou não. Eu umas vezes julgo
estar, outras talvez sim.
“Rati” é mais um projeto pictórico neste meu deambular pelo
mundo e pelas dependências. Hoje, como
sempre, vejo na mulher a beleza, o encanto e a magia que me conforta e me dá
alento. Brevemente irei expor algumas das pinturas que, aqui, tenho mostrado. Esta
obra, ainda no seu início, fará parte da amostra, deste meu sentido modo de
viver os dias, pintando como se a salvação do mundo e dos meus medos fosse uma questão cultural. Ou talvez seja.
E vos deixo com as palavras de Carlo
Goldoni que disse um dia:
“Discutir gostos é tempo perdido; não é belo o que é belo, mas aquilo
que agrada.”
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