O artista plástico brasileiro Fábio di Ojuara, na 55ª Bienal de Veneza, com a performance "Now every
shit is art"(Agora qualquer porcaria é arte).
Desde sempre me encantou a cenografia
cinematográfica. Hoje, graças aos recursos técnicos dos computadores, o campo
visual do imaginário da sétima arte é
fascinante como nunca foi.
Paradoxalmente, vejo, estupefacto, como nas Artes Plásticas se elevam ao Olímpo
criadores que apenas copiam, e mal, os processos técnicos do rudimentar cinema:
há vídeos apresentados, até em feiras de arte, que são caricatos e primários;
há instalações que nem nos filmes de terceira categoria serviriam; há eventos
tão vazios de ideias e de impacto visual que ninguém apostaria um cêntimo, no
entanto, com tanto marketing o sucesso mediático (construído artificialmente)
está garantido. Com o dinheiro dos contribuintes (diga-se), como acontece
muito, neste circuito de vasos comunicantes em que se transformou o interesse cultural
dos nossos dias, com os agentes do costume e os habituais beneficiários da
"nomenclatura". Com o silêncio dos inocentes. Obviamente.
À esquerda peça de Cabrita Reis, à direita obra de Julião Sarmento
E vos deixo com as palavras de
Fernando Pessoa:
“O fim da arte inferior é
agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar.”
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