João Alfaro
Pinturas sobre tela de 2011/12/13
Gosto de retratar pessoas. Adoro
ver as formas volumétricas a nascer com a aproximação visual entre a
representação pictórica e a realidade. Procuro ilustrar um modo de estar, num
determinado momento, tão igual hoje como amanhã, e que seja demonstrativo da postura
e do carácter de cada um. Já são tantos os que retratei. Busco sempre um fio
condutor e, em simultâneo, a diferenciação de cada um.
O retrato a partir de modelos
começou por acaso. Sou um homem de acasos. Penso tanto nas coisas e descubro
os caminhos pelo acaso das circunstâncias. Sou assim. E pinto a troco,
sobretudo, do encantamento que é a arte da representação, dos que se dispõem a
figurar nas telas que vou construindo, neste meu registo dos que me são
próximos.
Como sempre pretendo ilustrar
pessoas que transmitam serenidade e encanto. A vida tem altos e baixos,
instantes de felicidade e paisagens de memórias. É o que eu pinto. Recordo hoje
os que amavelmente comigo colaboraram como modelos, embora sejam tão anónimos e
cujos nomes revelo agora: Ana, Carolina, Daniela, Catarina, Tiago, Carina, Elsa, Mélanie, Lina, David , Jorge,
Jennifer, Sofia, entre outros, e, naturalmente, a Márcia. A todos só posso agradecer por me
ajudarem a mostrar, neste mundo de tanta desigualdade e violência, um espelho
daquilo que há de bom no âmago de cada um.
E termino com as palavras de
Carlos Drummond que disse um dia:
"A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas."
"A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas."
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