sábado, 22 de junho de 2013

Os meus modelos




 
 
 
 
 João Alfaro
Pinturas sobre tela de 2011/12/13
 
 
 
 

 
Gosto de retratar pessoas. Adoro ver as formas volumétricas a nascer com a aproximação visual entre a representação pictórica e a realidade. Procuro ilustrar um modo de estar, num determinado momento, tão igual hoje como amanhã, e que seja demonstrativo da postura e do carácter de cada um. Já são tantos os que retratei. Busco sempre um fio condutor e, em simultâneo, a diferenciação de cada um.
 
 
O retrato a partir de modelos começou por acaso. Sou um homem de acasos. Penso tanto nas coisas e descubro os caminhos pelo acaso das circunstâncias. Sou assim. E pinto a troco, sobretudo, do encantamento que é a arte da representação, dos que se dispõem a figurar nas telas que vou construindo, neste meu registo dos que me são próximos.
 
Como sempre pretendo ilustrar pessoas que transmitam serenidade e encanto. A vida tem altos e baixos, instantes de felicidade e paisagens de memórias. É o que eu pinto. Recordo hoje os que amavelmente comigo colaboraram como modelos, embora sejam tão anónimos e cujos nomes revelo agora: Ana, Carolina, Daniela, Catarina, Tiago, Carina, Elsa, Mélanie, Lina, David , Jorge, Jennifer, Sofia, entre outros, e, naturalmente, a  Márcia. A todos só posso agradecer por me ajudarem a mostrar, neste mundo de tanta desigualdade e violência, um espelho daquilo que há de bom no âmago de cada um.
 
 
 
E termino com as palavras de Carlos Drummond que disse um dia:




"A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas."
 


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