domingo, 21 de outubro de 2012

Conversas Perdidas

 
 
 
 
“Conversas Perdidas”, 2012
Pintura sobre tela (em construção)
 
 
Não se fala senão na crise. As conversas desembocam sempre no mesmo: impostos insuportáveis, futuro incerto, desemprego a aumentar, bancarrota à vista. A angústia cresce e a tristeza é uma constante. Nada parece agora interessar neste panorama negro e sem fim à vista. Cada dia aparenta ser pior que o anterior. Para onde vamos?
 
Tudo é tão frágil. A condição humana pouco importa em momentos de convulsão e de mudança. Cada um por si é o lema quando a desgraça é muita. Perdeu-se a esperança na vontade e na capacidade. Parece não haver mais ninguém que nos eleve, nos faça sorrir e ter esperança. Já todos desacreditámos. É o nosso fado.
 
Contra a corrente trabalho num limbo de fantasia e esperança. Também não gosto de fazer mais nada. Confesso. Enquanto for possível andarei por aqui mostrando a minha pintura e os estados de alma do momento. A arte é um mostruário de paixão e de sonho, mas todos os sonhos acabam com o despertar da aurora, e todas as paixões são breves. É o meu fado.
 
 
E vos deixo com as palavras de André Suarés:
 
“A arte é o lugar da liberdade perfeita.”
 


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