“Conversas Perdidas”, 2012
Pintura sobre tela (em
construção)
Não se fala senão na crise. As
conversas desembocam sempre no mesmo: impostos insuportáveis, futuro incerto, desemprego
a aumentar, bancarrota à vista. A angústia cresce e a tristeza é uma constante.
Nada parece agora interessar neste panorama negro e sem fim à vista. Cada dia
aparenta ser pior que o anterior. Para onde vamos?
Tudo é tão frágil. A condição
humana pouco importa em momentos de convulsão e de mudança. Cada um por si é o
lema quando a desgraça é muita. Perdeu-se a esperança na vontade e na
capacidade. Parece não haver mais ninguém que nos eleve, nos faça sorrir e ter
esperança. Já todos desacreditámos. É o nosso fado.
Contra a corrente trabalho num
limbo de fantasia e esperança. Também não gosto de fazer mais nada. Confesso.
Enquanto for possível andarei por aqui mostrando a minha pintura e os estados
de alma do momento. A arte é um mostruário de paixão e de sonho, mas todos os
sonhos acabam com o despertar da aurora, e todas as paixões são breves. É o meu
fado.
E vos deixo com as palavras de André
Suarés:
“A arte é o lugar da liberdade perfeita.”
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