João Alfaro
Edward Hooper
Cada época tem os seus encantos e interesses que movem multidões por tudo aquilo que é a inovação e a descoberta. Para o melhor e para o pior. Há os que apenas se limitam a seguir a onda sem sentido crítico e apenas porque é moda. E há os outros. Aqueles que, contrariando a avalanche, seguem o seu percurso convictamente, longe do que se julga contemporâneo e, por isso mesmo, melhor.
Quando no início do século XX Picasso e Braque inventaram o cubismo surgiram, de um dia para o outro, 2 milhões de pintores cubistas… Contra a corrente, Edward Hooper ia fazendo o seu trabalho tão longe das marés modernistas. A sua América com a Grande Depressão e as suas angústias pessoais foram retratadas segundo o seu olhar genuíno e cristalino, bem diferente, portanto, das figurações do seu tempo, muitas sem a carga sofrida que a arte implica. É, pois, este homem, um dos que mais aprecio, porque a sua pintura é um livro aberto que irá sendo “lido” por muitas épocas, por muita gente, em muito lado.
Depois de muito procurar, por caminhos vários e até opostos, encontrei uma via. Foram anos e anos em busca de uma identidade pictórica que fosse a expressão correta daquilo que sou. E um dos que mais me influenciou pela temática e sobretudo pela expressão pungente da representação figurativa foi Hooper, entre muitos outros, neste caldo de assimilação que é a arte.
E vos deixo com as palavras de Carlos Drummond de Andrade que disse um dia:
“Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição.”
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