Toda a gente se queixa. Mesmo aqueles que possuem tudo. É a nossa natureza. Nunca estamos contentes. E quando a tragédia acontece é que percebemos a dimensão da perda e dos valores. Então sim entendemos o que é realmente importante nas nossas vidas. E, no entanto, perdemos tempo com episódios sem significado. Infinitamente.
Este retrato, em tela, de 2012 “Olhares Trocados”, é mais um momento que procuro captar, e que ilustra (tanto quanto possível) este nosso modo de estar e sentir num determinado momento. Gosto particularmente de olhar os outros e tentar traduzir, na pintura, certas atitudes deste viver com as alegrias e as angústias do costume. O que me move enquanto pintor é a ambição de conseguir ilustrar como somos e, porque somos o que somos. O que me interessa é ver não só o presente do Homem, mas como ele é hoje e sempre. Pretendo situar-me em todo o lado e em todas épocas, porque as emoções - base do meu trabalho- não têm fronteiras , nem se fecham no tempo.
E vos deixo com as palavras de Hugo Hofmannnsthal, in “Livro dos Amigos”:
“De meros vazios se constrói o recheio da existência humana.”
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