Desenhos sobre cartolina, 2017
Retratos de família ( sempre a aumentar)
Comecei pelos selos, como era
normal na minha adolescência, mas rapidamente o meu interesse esmoreceu, porque
entendi que se exigia meios e processos que não dispunha para colecionar,
embora reconhecendo o poder mágico das imagens e as histórias envolventes tão
ao meu gosto contemplativo.
Hoje já não, talvez porque o
espaço físico e a percepção do tempo ou do que dele me resta, faz com que eu apenas
queira pintar, sem apêgo aos bens materiais, senão aos
imprescindíveis, mas tenho, confesso, algumas coleções. Fui um dia ao extinto Museu do Brinquedo
em Sintra e me apaixonei por todo aquele universo lúdico, depois... comecei a
adquirir em madeira primeiro, depois em lata os brinquedos. E tenho a casa
cheia de referências infantis que tanto aparecem na minha pintura.
Houve um tempo em que adorava percorrer o país
e nas feiras comprava artesanato. As cores ( sempre as cores) e as formas da
olaria e dos barros de Barcelos me encantavam e acabei por adquirir tantas
peças que se foram amontoando e amontoando.
O fascínio pela encenação, pelo
teatro, pelos espectáculos de palco fizeram-me querer colecionar máscaras,
sobretudo as africanas, talvez por causa das minhas origens natalícias.
Agora estou a colecionar
retratos, feitos por mim, claro, no entanto, porque gosto de viver rodeado de
obras de arte fui juntando trabalhos de outros artistas, não tenho mais porque as
paredes não crescem e o meu tempo é tão curto.
E vos deixo com as palavras do filósofo
chinês Lao-Tsé que um dia disse:
“Nada é impossível a quem pratica
a contemplação. Com ela, tornamo-nos senhores do mundo.”
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