Hoje é a moda disto ou daquilo. Muitos,
porque é moda deixam-se ir na “onda”do gosto do momento. Mas há modas e modas.
Umas das características do conceito de moda é a brevidade e o instante do
evento, do fenómeno social, da identificação com o meio nos usos e costumes.
Agora a grande moda identificativa da postura e do estar (sobretudo ) no
contexto urbano é, junto de um público jovem e referenciado, o uso de
tatuagens. É uma moda colada no corpo que o tempo - feitor de muitas mudanças e
opinativos opostos numa mesma pessoa – não acaba num instante e continua colada
à pele, mesmo que o sujeito seja outro com o correr do tempo e da aprendizagem
da vida. Mas isso não importa, o que interessa é a comunhão com o presente,
porque o futuro vem ou não.
Como observador e registador
através da pintura do meio que me cerca, não poderia deixar de incorporar na
minha temática pictórica a tatuagem nos corpos de quem me serve de modelo. Sábado,
22 de outubro, no Entroncamento, na Galeria Municipal, e durante onze dias vos
mostro telas com gente dentro, mergulhados na simbologia identitária de uma
caligrafia e de um desenho cromático da moda, que encanta uns e desgosta
outros.
E vos deixo com as palavras de Ernesto
Sábato, ensaísta e romancista argentino, que um dia disse:
“As modas são legítimas nas coisas menores, como o vestuário. No
pensamento e na arte são abomináveis.”
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