Durante muitos anos o meu mundo
foi rodeado por colegas de um ofício. Agora são outras pessoas. De uma órbita
diferente; de um ver e estar no mundo muito distante: ora na miragem, ora na
fantasia, ora no saber estar. Nem melhores, nem piores. Diferentes. Mais comungantes
comigo. Aparentemente. E gosto mais. Talvez porque a realidade é o que construímos
dentro dos nossos desejos. O resto é mais do mesmo: os dias sucedem-se e com
eles o esvaziar dos sonhos, e a construção de outros olhares e outros
sentimentos.
Não sei controlar o tempo. As horas
passam num ápice. Eu bem quero fazer mais e mais, mas falta-me a consistência e
a capacidade para erguer novos mundos ao mundo. Eu bem gostaria, mas não chego
lá. Os caminhos são íngremes, impróprios para o meu caminhar, todavia não sou
de parar, nem de dizer basta, vou por aí, mesmo sabendo o que me espera. Sei que
vou encontrar algures gente boa. E isso me basta.
E nas andanças vou achando entre
o bom e o mau, momentos maravilhosos e visionamentos encantatórios. Hoje mostro
quanto é belo um espaço de criação artística: o ateliê do escultor Francisco Simões.
Termino com as palavras do escritor e jornalista francês, do século XIX, Alphonse Karr que um dia escreveu:
"Cada homem tem três personalidades: a que exibe, a que tem e a que pensa que tem."
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