Eu não tenho de ser politicamente
correto. Gosto do Natal, do seu espírito, das tradições e da cultura inerente, das
cores vibrantes, da música católica, dos espaços caracterizados pela
época própria e, sobretudo, da esperança que a mensagem natalícia, ano após
ano, transmite. Acho que é a súmula da cultura ocidental que, prezo, defendo e
cultivo, me dá alento. Não gosto nada, agora, deste humilhado servilismo, por
outras culturas e outras religiões, que não me deixam ver o que gosto de ver,
nem falar o que gosto de dizer.
Cada um faz o seu caminho e
aproveita, ou não, as oportunidades com a determinação e a capacidade de ir por
aí. Uns desistem logo no início da corrida (tudo é competição); outros, pelo
contrário, se deixam arrastar pelas piores razões e, outros ainda atingem o
almejado. Há de tudo: gente feliz, mais os eternos descontentes. Dos fracos
reza a história com letra pequena, e com garrafais recortes fica a memória por
gerações de uns quantos outros. Tudo isto para dizer que vale a pena crer o
querer. Quero continuar a fazer o que gosto: pintar. Pintar a mulher, que é a
maravilha do olhar masculino, no encantamento e na magia da arte pictórica, sem
o fundamentalismo castrador que hoje invade a Europa, com o beneplácito de
muitos que deveriam saber conservar o que tanto custou a conquistar: a
liberdade.
O Natal está a chegar.
Aproveitem. Só há um em cada ano. E vale a pena comemorar, enquanto temos vida.
Recordo hoje as palavras de Anatole
France, escritor francês nascido em 1844 e falecido em 1924, que um dia
disse:
“É acreditando nas rosas que as fazemos desabrochar.”
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