É um dado absoluto: o tempo está
sempre a contar. Melhor dizendo: a descontar. Por outras palavras: a vida – a nossa
– tem um tempo contado. Não se compra, nem se vende. Só teoricamente. Em vez de
estar aqui forçado, se tenho outros proventos, posso usufruir de outras paisagens,
de vivências aprazíveis, de paradisíacos desejos momentâneos. Isso é tempo.
Consumido num gostar de estar. Mas não mais do que isso. A verdade temporal,
por muito que doa, é um mistério da vida. É sempre curta, mesmo para aqueles
que se arrastam. E são muitos. Mesmo sapientes da precaridade tudo gira como se
fosse crescente e proveitoso o dia de amanhã. É a esperança no milagre da
felicidade, no acreditar que vale a pena, mesmo que muito nebulosos sejam os caminhos,
mas, felizmente que há este rasto de força interior para dar a volta e, seguir
em frente à procura da paz, nem que ela seja, afinal, um conto mal contado,
como o tempo.
Há tanto caminho e mais caminhar
e, no entanto, o tempo tem um tempo. Ou se chega a tempo ou nunca se chega,
porque o tempo é outro, de outros e não nosso. Só nosso. Prisioneiro me sinto,
incapaz de estar em tanto lado. É tudo uma opção de vida com muito amor ou sem
ele, talvez, porque o tempo é tempo contado.
E vos deixo com as palavras da
romancista francesa, do século XX, Anais Nin que um dia disse:
“O único transformador, o único alquimista que muda tudo em ouro, é o
amor. O único antídoto contra a morte, a idade, a vida vulgar, é o amor. “
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