No cirandar da procura, hoje
quero ir por um caminho, amanhã talvez… por outro. Sou assim. Sempre serei.
Tenho tantos projetos pictóricos que ficam pela rama, encostados nos perdidos
recantos, onde as telas se entrecruzam e revelam as muitas vias do querer
contar plasticamente como é trabalhar, e nada mais importa, mesmo que o silêncio
seja permanente.
O aconchego do espaço, com a
música e o sublime vazio do estar fazem milagres, na conjugação do fazer mais
hoje que ontem. É o costume, com a rotina da sucessão dos dias e dos sonhares, também, ou não fosse tudo uma esperança de dias melhores. Até na
arte.
Hoje recordo as palavras de um pintor por quem
tenho um apreço enorme, tendo até (para ver as suas obras), feito duas viagens
(uma de comboio e outra de avião), ou não fosse o acreditar na significância
dos valores maiores da arte, razão, para este meu interesse e apego, levando-me
a ir a exposições distantes, com os inconvenientes do costume... Edward Hooper, pintor americano do início do século XX que,
contra a corrente temática dominante no seu tempo, fez uma obra deslumbrante
sobre a inquietação do homem contemporâneo, disse um dia, estas palavras que tanto me comoveram:
“A pintura é uma gravação da
emoção.”
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