João Alfaro
“Flora”, 2015
Pintura sobre tela de
80x120 cm (em construção)
Sou um apaixonado por certas
melodias, porque fazem parte do preenchimento dos meus dias, na solitária
vivência da produção pictórica. A grande música está sempre comigo, enquanto
pinto, porque me deixo envolver pela harmonia dos sons, com que me identifico e
me satisfazem pela magia e transcendência. É a minha música, com o acerto rítmico
e as propriedades que encontro nas opções musicais que são só minhas. Detesto
outras sonoridades, porque não consigo gostar do que não me envolve e,
confesso, fora do meu espaço, raro é o momento onde oiço outros ouvindo a “minha”
música. Mas do que gosto eu? Vagueio por uma infinidade de opções musicais onde
sobressaem tantos e tantos: Dmitri Shostakovich, Gluck, Camile Saint-Saens,
Chopin, Elgar e tantos outros, mais as vozes que me transportam para outros
mundos como a Callas, a Amália, Rolando Villazon, Diego Florez e outras vozes
também, como sejam as de José Afonso ou Chico Buarque.
É com a companhia sonora de
tantos que os dias passam, sempre na procura da obra maior na pintura, num
tempo que está tão distante do que gostaria de viver, mas eu sou apenas um grão
de matéria, numa avalanche de referências onde uns são mais iguais que outros.
“Flora” é mais uma pintura que se
inscreve na temática que agora desenvolvo e que, como tudo o que pinto, é o
retrato de um tempo e de um modo de viver e descrever um olhar sobre a condição
humana, com o lado intimista a prevalecer.
E vos deixo com as palavras de Campoamor
y Campoosorio, poeta espanhol que disse um dia:
“A música é a voz do infinito.”
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