João Alfaro
“Beijo”, 2014
Pintura sobre tela,
80X80 cm
Quando pinto o que quero é
ilustrar um tempo e um modo: o meu, obviamente. O modo como vejo o que me cerca, mas apenas
e só, determinados valores no relacionamento com os outros. Procuro enfatizar o
sublime dos momentos que encantam a intimidade de cada um. Não é meu propósito
entrar pelo lado ideológico da vida e mostrar o desencanto social com as
desigualdades de um mundo injusto, onde uns são o que são e todos os outros
nada valem. Porque sempre vivi num espaço muito confiscado, embora seja
viajado, gosto, sobretudo, da proximidade dos viveres, e não tenho em mim a sabedoria do fazer pelo melhor dos outros, embora
esteja atento e pontualmente crítico, mas confessadamente desapontado. Porque entendo que a vida passa também pelo lado mais aconchegado, que encerra
em si o prazenteiro dos sentidos, a minha pintura é um olhar dos que me
envolvem e comigo comungam, longe portanto das dialéticas dos caminhos, apenas
e só pela harmonia dos encantos estéticos.
E vos deixo com as palavras de Lao-Tsé,
que disse um dia:
"Se estiveres no caminho certo, avança; se estiveres no errado,
recua."
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