João Alfaro
“Bilhete”, 2014
Pintura sobre tela,
80X70 cm
Os dias não param. Fogem. E de
tanto se sucederem, uns após outros, desejos e ambições mudam. O realismo
prevalece, inevitavelmente, sobre a fantasia dos desejos, com a mutação dos
sentidos. Novos rumos são uma constante; ora deixam de fazer sentido antigas
memórias e projetos antigos; ora o conformismo vence o destino que outrora foi
delineado e rumos novos nascem. Caminhadas. Ciclos de vida, pois claro.
A cada novo ciclo há a
consciência que muito fica diferente, pois não se pode ir contra a natureza do
horário biológico. Resta acreditar que cada etapa tem os encantos possíveis, na
procura do crer e da determinação de fazer mais, porque o mistério da
descoberta é um encantamento que persegue quem quer ir por aí buscando novas, ou
não fosse a arte dos prazeres (que engloba tudo) a razão maior para tanto
edificar. Entre dúvidas e certezas, aprendi que o melhor mesmo é nunca
desistir, porque cada novo ciclo, neste meu percurso pictórico, traz sempre a
esperança de ir mais além.
E vos deixo com as palavras de Marcel
Proust:
"A viagem da descoberta consiste não em achar novas paisagens, mas
em ver com novos olhos."
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