Eu quero a Lua. Sempre quis.
Desde criança que quero ter este mundo e
o outro. E tive tudo, mas a Lua não. Queria andar, descobrir, possuir tudo.
Tudo. E, ainda hoje - viajando pelo maravilhoso e criativo
universo sem fim que a
imaginação tece -, vejo-me percorrendo caminhos, todos bons e sempre com finais
felizes. E de tanta felicidade acordo para a realidade. Agora com tanto
queixume até me sinto mal. Todos querem coisas aparentemente
concretizáveis. Eu quero o impossível: a Lua. E nunca a terei. Nunca. Os
anos passam e tudo fica diferente. Até os desejos. E a Lua está mais longe de
mim, ou não fossem os sonhos finitos.
E é neste deambular entre a realidade e a ficção que os meus dias
passam. Umas vezes acreditando que o meu caminho está certo, outras vezes
sabendo que me enganei no percurso. Entre as certezas e as dúvidas resta-me
acordar e olhar a luz. E continuar.
2014 é mais um ano que quero
conceber outros sonhos, ou seja: pintar mais e mais. Depois, outros julgarão o meu trabalho. E nada mais me resta
senão olhar para a Lua e só olhar. De longe. De muito longe.
E vos deixo com as palavras de Platão:
“Os olhos do espírito só começam
a ser penetrantes quando os do corpo principiam a enfraquecer.”
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