João Alfaro
“Margarida”
Pintura sobre tela, 2014
Enquanto espero - muito e muitas vezes - vou mentalmente escrevendo, construindo imagens e lendo. Romanceando, sobretudo. Afinal, sou um construtor de imagens que contam
histórias sem história e sem conto. Apenas sugestões. Aparências. Enganos. E nada
mais.
E, enquanto pinto as aparências e
os enganos, a música é a minha companhia. A minha música, diga-se. Sou eu que
escolho o que quero ouvir, com a qualidade sonora que as novas tecnologias
permitem, sem os ruídos, nem os diálogos radiofónicos das conversas perdidas. Quase sempre
tudo do que escuto, gira à roda daquilo que fui adquirindo na harmonia dos
sons, ao longo de tantos anos, aqui e ali. Pintar é, para mim, um ato quase
sempre solitário e, por isso, me sabe bem ouvir cânticos vocais, como complemento e companhia, enquanto as
tintas se misturam na superfície das telas. E oiço repetidamente certos temas até à exaustão. Depois, como
tudo na vida, vou à procura de algo novo. Os anos passam, assim, neste meu caminhar de opções. 2014 chegou com "Margarida".
E vos deixo com a voz de Jonas Kaufmann na ária Una Furtiva Lágrima da ópera Elixir Do Amor de Verdi.
Fiquem bem. Sejam felizes.
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