João Alfaro
Pinturas em tela de
100x60 cm
Confesso que me faz imensa
impressão ver quase toda a gente à espera- sabendo que estarão, ali, tempos
infindos, sem nada para fazer, nem conversar – e com tanto livro para ler. Por razões
que não quero intimizar, aproveito os tempos mortos que passo, nesses espaços
pré-definidos de espera, para ler. Confesso, também, que muito do que leio
resulta desse tempo em que sou obrigado a estar. E de tanto estar vou lendo.
Hoje, dia 30 de novembro de 2013, tudo estava programado para ser, para mim, um
dia diferente. Muito diferente: com encontros familiares; uns muito comuns,
outros nem tanto, e, contudo, pelas moléstias que o tempo comporta, o desfecho
foi outro. De convivas expetáveis restou-me o silêncio da espera e a voragem da
leitura. Do previsível cenário dos rostos uns mais familiares que outros, e das
comezainas excessivas das gastronomias dos eventos, fiquei com a descoberta da
escrita, de quem, nesta caso, um escritor brasileiro – Machado de Assis - me
fez viajar pelo tempo ( século XIX ) e pela vivência dos costumes, hoje
deslocados e despropositados. Adorei ler. E agora ansioso por concluir o “Dom Casmurro”. Confesso.
E, porque ler é descobrir,
fantasiar, e, sabiamente, ver correr os dias, não posso como ilustrador de um
tempo, não pintar a magia da leitura, numa homenagem aos que escrevem e aos (
não muitos) que se prazenteiam com as letras...dos outros.
E vos deixo com as palavras de Arthur
Schopenhauer:
“Ler quer dizer pensar com uma cabeça alheia, em lugar da própria.”
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