João Alfaro
"Prazeres de verão"
Pintura sobre tela, 2013
Agora é o tempo de muitos rumarem
a outras paragens; a outros prazeres; a outras descobertas. Também há os que
ficam. Os que não podem, não querem, não sabem ir por aí. Quer uns, quer outros
o destino é o mesmo: viver um dia de cada vez. Não há que enganar. A vida
decorre instante a instante: agora bem, depois logo se vê.
Quando o calor aperta a vontade
das vivências é diferente. Em casa, na rua ou na praia, a postura e a alegria
solar fazem a diferença. Dos fechados viveres se saboreia a vida ao ar livre,
com passeatas envergando as vestes apropriadas
dos tórridos dias. Quanto é bom olhar, ver
e sentir que a vida é bela, mesmo que falte tanto.
Entre o possível e o imaginário
os dias passam, como se tudo fosse breve e insignificante, porque, verdade seja
dita, a valorização das atitudes e do bens é apenas uma questão cultural.
Nascem e morrem ideias, projetos e realidades pela vontade dos desígnios do
momento, e, como todos os momentos, o que ontem era certo, hoje talvez não seja
assim. O que eu sei mesmo é que está calor. Quando as temperaturas sobem
resta-me (por enquanto) umas amizades para confraternizar. E lá vou eu ao
encontro dos amigos do costume, depois da fobia pictórica que é o âmago deste
meu viver, entre a fantasia e a realidade.
Bom verão.
E vos deixo com as palavras de Virgílio, in Éclogas:
“Cada um é arrastado pelo seu prazer.”
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