João Alfaro
"Lucrécia", 2013
Pintura sobre tela de 80x100 cm
Agora é o tempo dos prazeres
mundanos. Tudo muda com o calor e com o espaço. O verão é assim. O significado
das atitudes e dos comportamentos adquire outro estatuto. Toda a gente procura,
ao sair para outras paragens, ter outra postura, estar de um outro modo, ser
diferente até. Depois voltará tudo ao normal com as rotinas dos horários e a
repetição do que não se gosta de fazer, que é preciso cumprir, no entanto. Enquanto
este tempo de afastamento dura, à que
aproveitar, nem que seja para ilusoriamente acreditar, que ainda há
tanto de bom para viver. E lá vamos cantando e rindo. Uns olhando as belezas da
natureza; outros os expostos corpos belos; outros ainda aspirando a projetos
galácticos. De pequenas vivências se faz a vida nos nossos dias. E, se hoje sei
alguma coisa, é sobre o maravilhoso dos instantes e das suas fantasias. Amanhã
não sei como será, porque o tempo não volta. Nem muitos dos belos sonhos.
Apenas as ilusões ópticas.
E vos deixo com as palavras de François
Rochefoucauld que disse um dia:
“Quando não encontramos o repouso em nós próprios, é inútil ir
procurá-lo noutro lado.”
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