sábado, 10 de agosto de 2013

Espuma dos dias




 
 
 
 
 
 


João Alfaro
“ Duplo olhar”, 2013
Pintura sobre tela
 
 
 
 
Tudo é espuma. O que parece importante, agora, perde o seu significado no instante seguinte. É tudo um engano. O que verdadeiramente conta é o prazer: do momento; da vida. Basta pensar nos noticiários. Quase nada fica na memória, porque tudo é espuma. Ou quase tudo. O que fica é aquilo que nos envolve e nos apaixona. O resto não interessa para nada. É tudo fantasia. Palavras ocas. Gente que diz e faz balelas e mais nada. Insignificâncias é o que acontece diariamente. E o mundo roda. E tudo muda. E poucos olham mais longe, porque o que conta, o que nos atrai é o abismo da insignificância. Da espuma dos dias.
 
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Aulo Pérsio, in “Sátiras”:
 
“Do nada, nada vem; e ao nada, nada pode reverter.”


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