domingo, 21 de julho de 2013

Mar Salgado

 
 
 
 
 
 

 
 
 
João Alfaro

Desenhos na praia, 2013
 
 
 
 
 
 
 

“Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”
 
Fernando Pessoa, “Mar Português”
 
 
 
O mar é o palco de feitos épicos, de tragédias que o tempo não esquece, de fonte alimentar, de via comunicante e, obviamente, do belo expresso. Foram tantos os artistas que rubricaram cenários empolgantes sobre as muitas histórias maravilhosas e fantásticas da envolvência marítima. É tão repousante saber olhar e retirar o encantamento da estética e dos sabores das águas que nos banham e nos elevam. Quanto é doce, quanto é belo o mar. Ele é a criançada; ele é o mundo inteiro na magia das ondas; ele é a natureza própria com as suas cores numa passagem de luzes que cada dia comporta. E, por gostar tanto, levo sempre comigo uma máquina fotográfica e uns blocos para desenhar o que os meus olhos observam, quando vou ver o mar.
 
E vos deixo com as palavras de Charles Baudelaire:
 
“Homem livre, tu sempre gostarás do mar.”


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