João Alfaro
"Praia", 2001
Pintura sobre tela 20x25 cm
João Alfaro
"Repouso", 2012
Pintura sobre tela de 60 x100 cm
Finalmente o sol. Foi um ano de
chuva. Faltava o calor para nos colocar na órbita do tempo. E das delícias que
a época estival comporta. Agora é demais. Tudo gira nos excessos neste
retângulo peninsular: de tanta chuva para tórridas temperaturas e confusões políticas. Depois da trapalhada dos que
deveriam ter juízo com a coisa pública, este povo tão sereno e sensato, ainda
atónito perante o desenlace da garotada politiqueira, quer é olhar o mar e
saborear o que há de bom agora, antes da hecatombe que está para acontecer.
Entre a angústia e os prazeres
únicos da arte, e, preparando uma
exposição para o início da temporada (outubro), me perco, procurando fazer mais,
mesmo em plena crise, onde tantos se desencontram sem saber para onde olhar,
porque parece que nada interessa senão rebentar com os ouvidos, nos estridentes
concertos de ruidosos festivais de verão, e afogamentos alcoólicos. É o que
está a dar...
Vou ver o mar. Preciso tanto.
Como de pão para a boca. Há coisas que não se explicam. É tanta a beleza das
ondas, o seu perfume, a magia das tonalidades cromáticas e as memórias que a
praia traz. Sobretudo estas: da infância; da paternidade; da nostalgia; de tudo.
E vos deixo com as palavras de
Epicuro:
“O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do
que felicidade.”
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