sábado, 13 de julho de 2013

Cheira a Mar

 
 
 
 
 
 
 
João Alfaro
"Praia", 2001
Pintura sobre tela 20x25 cm
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Alfaro
"Repouso", 2012
Pintura sobre tela de 60 x100 cm
 
 
 
 
 

Finalmente o sol. Foi um ano de chuva. Faltava o calor para nos colocar na órbita do tempo. E das delícias que a época estival comporta. Agora é demais. Tudo gira nos excessos neste retângulo peninsular: de tanta chuva para tórridas temperaturas e confusões  políticas. Depois da trapalhada dos que deveriam ter juízo com a coisa pública, este povo tão sereno e sensato, ainda atónito perante o desenlace da garotada politiqueira, quer é olhar o mar e saborear o que há de bom agora, antes da hecatombe que está para acontecer.

 

Entre a angústia e os prazeres únicos  da arte, e, preparando uma exposição para o início da temporada (outubro), me perco, procurando fazer mais, mesmo em plena crise, onde tantos se desencontram sem saber para onde olhar, porque parece que nada interessa senão rebentar com os ouvidos, nos estridentes concertos de ruidosos festivais de verão, e afogamentos alcoólicos. É o que está a dar...

 


Vou ver o mar. Preciso tanto. Como de pão para a boca. Há coisas que não se explicam. É tanta a beleza das ondas, o seu perfume, a magia das tonalidades cromáticas e as memórias que a praia traz. Sobretudo estas: da infância; da paternidade; da nostalgia; de tudo.

 

 

 

E vos deixo com as palavras de Epicuro:

 

“O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade.”



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