domingo, 7 de abril de 2013

Os meus dias



 
 
 
 
"Caty", 2013
 Pintura sobre tela
 
 
 
 
 
 
 
Tinha acabado de estar com uns amigos numa conversa de café. Daquelas em que se contam episódios para rir e sem importância alguma para o mundo, mesmo que se digam cobras e lagartos dos políticos, dos safados e, obviamente, dos árbitros de futebol, dos encantos femininos e afins. Pouco depois, dei comigo, caminhando na calçada, enquanto saboreava o sol raro destes dias quase sempre chuvosos, e ia pensando na sorte de viver aqueles instantes: a amizade é de ouro; a luz solar uma dádiva dos deuses; o nosso café único. Tudo bom, exceto os impostos a pagar, a incerteza dos dias e as doenças que o tempo comporta. Não se pode ter tudo. Afinal o infinito nunca acaba e a ambição é um desejo crescente. Dito de outro modo: a vida é bela quando se olha para as coisas simples e se procura a beleza, o encanto e o amor. O problema é quanto tudo se complica e, a realidade é feita de amizades frágeis; o olhar se torna nebuloso; os afetos contextualizam outros valores. Enfim. Vidas. Felizes algumas delas. E amanhã volto a estar com os do costume. Com as conversas de sempre. Para não variar.
 
 
 
 

E vos deixo com um texto judaico extraído da “Máxima Rabínica”:
 
“Todos os dias, a nossa vida recomeça de novo.”

 
 
 
 
 
 
 


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