"Caty", 2013
Pintura sobre tela
Tinha acabado de estar com uns
amigos numa conversa de café. Daquelas em que se contam episódios para rir e
sem importância alguma para o mundo, mesmo que se digam cobras e lagartos dos
políticos, dos safados e, obviamente, dos árbitros de futebol, dos encantos
femininos e afins. Pouco depois, dei comigo, caminhando na calçada, enquanto
saboreava o sol raro destes dias quase sempre chuvosos, e ia pensando na sorte de
viver aqueles instantes: a amizade é de ouro; a luz solar uma dádiva dos
deuses; o nosso café único. Tudo bom, exceto os impostos a pagar, a incerteza
dos dias e as doenças que o tempo comporta. Não se pode ter tudo. Afinal o
infinito nunca acaba e a ambição é um desejo crescente. Dito de outro modo: a
vida é bela quando se olha para as coisas simples e se procura a beleza, o
encanto e o amor. O problema é quanto tudo se complica e, a realidade é feita
de amizades frágeis; o olhar se torna nebuloso; os afetos contextualizam outros
valores. Enfim. Vidas. Felizes algumas delas. E amanhã volto a estar com os do
costume. Com as conversas de sempre. Para não variar.
E vos deixo com um texto judaico
extraído da “Máxima Rabínica”:
“Todos os dias, a nossa vida
recomeça de novo.”
Sem comentários:
Enviar um comentário