domingo, 21 de abril de 2013

Falar para as paredes






"Afrodite", 2013
Pintura sobre tela de 81X100 cm





Gosto muito do exercício físico. Sempre gostei. Agora, graças a uma conjuntura (tudo acontece por associação de factos) pratico, regularmente, corrida de corta-mato. Os meus amigos do atletismo levam-me por montes e vales, quer faça sol, chuva, vento, frio ou calor. Nada é desculpa para não correr longas distâncias, enquanto se saboreia o ar dos campos, as suas paisagens e se medita sobre este mundo e o outro. Como me sinto feliz, nestes momentos, porque nada é mais salutar que usufruir dos prazeres simples que a vida comporta. A sensação de liberdade e de domínio das nossas capacidades físicas é o complemento da excelência. O pior é quando pensamos nas outras coisas, naquelas em que apesar dos enormes sacrifícios e dedicação extrema, apenas conseguimos que a nossa voz seja ouvida pelas paredes e o trabalho se reduza a um vazio comunicativo. Acontece muito. Nada melhor, pois, que correr. Atrás do sonho. Ou do engano.






E vos deixo com as palavras de Sebastien-Roch Chamfort:

“Há duas coisas a que temos de nos habituar, sob pena de acharmos a vida insuportável: são as injúrias do tempo e as injustiças dos homens.”

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