domingo, 2 de dezembro de 2012

As conversas são como as cerejas

 
 
 
 
 
 
“Novas Conversas”, 2012
 
Pintura sobre tela (em construção).
 
 
 
As conversas são como as cerejas: umas arrastam as outras. De um episódio se passa ao seguinte e a mais outro, que se complementam ou, até, se opõem. Com sentido crítico assertivo e, também, como acontece muito, com ligeireza, se fala de tudo sabendo ou não do assunto. É uma necessidade dizer coisas com verdade ou mentira. A presença de alguém quase que obriga a um diálogo que é, muitas vezes, apenas um modo de estar em que o silêncio é o inimigo que não se deseja. Não falar quando se está com alguém é dizer tanto, sem dizer nada. Uma palavra, um sorriso, um olhar, um gesto completam curtas ou longas narrativas. E porque a comunhão com alguém que não tem nada a acrescentar é desmotivante, as conversas deixam de ser apelativas e acabam, quando se esgota a vontade de ouvir o outro ou de dizer seja o que for. E nos afastamos. De vez. Ou nos arrastamos. Muitas vezes.
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Guy Maupassant:
 
“A conversa é o jogo de raquete das palavras e das ideias.”


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