“Novas Conversas”, 2012
Pintura sobre tela
(em construção).
As conversas são como as cerejas:
umas arrastam as outras. De um episódio se passa ao seguinte e a mais outro, que
se complementam ou, até, se opõem. Com sentido crítico assertivo e, também,
como acontece muito, com ligeireza, se fala de tudo sabendo ou não do assunto.
É uma necessidade dizer coisas com verdade ou mentira. A presença de alguém
quase que obriga a um diálogo que é, muitas vezes, apenas um modo de estar em
que o silêncio é o inimigo que não se deseja. Não falar quando se está com
alguém é dizer tanto, sem dizer nada. Uma palavra, um sorriso, um olhar, um
gesto completam curtas ou longas narrativas. E porque a comunhão com alguém que
não tem nada a acrescentar é desmotivante, as conversas deixam de ser
apelativas e acabam, quando se esgota a vontade de ouvir o outro ou de dizer
seja o que for. E nos afastamos. De vez. Ou nos arrastamos. Muitas vezes.
E vos deixo com as palavras de Guy
Maupassant:
“A conversa é o jogo de raquete
das palavras e das ideias.”
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