Este é o meu mundo de eleição.
Aqui, neste enquadramento, onde as variáveis da produção das artes plásticas se
mostram, me sinto como um peixe na água. Contudo, nem sempre gosto. As
propostas, genericamente, são muitas e, naturalmente, desencontradas, donde,
muito não é do meu agrado. E acontece sempre. O que fica, sobretudo, é o ponto
de encontro das gentes e dos seus propósitos. Num espaço global cada vez mais pequeno,
onde tudo se sabe, a arte é o reflexo da contemporaneidade, desde que as
propostas artísticas estejam consentâneas com a realidade do nosso tempo. Mas
nem sempre assim é. Há quem fique agarrado ao passado, mas o que interessa é o
presente, e este deve ser o propósito maior de um artista: edificar a obra plástica
como imagem do seu tempo.
As novas tecnologias vieram
revolucionar o mundo em todas as vertentes. Agora novos produtos e novos modos
de produção transformaram o panorama artístico por completo. Há quem saiba
tirar partido do que é oferecido pela modernidade e outros não, porque não
aproveitam os processos de execução; porque não divulgam nas redes sociais; porque ficaram pelo passado que
não volta; porque ficam pelas modas, de vida curta, como todas as modas, diga-se. Opções.
E grande era a curiosidade em ver a
exposição de arte agora patente numa das principais artérias de Lisboa. Com uma
organização diferente dos habituais mentores do gosto e da estética
contemporânea nacional, desta feita, outras pessoas, outros interesses por
detrás deste sempre negócio da venda e da compra de objetos, que uns chamam
arte e outros nem tanto, gerou polémica entre os tradicionais galeristas.
Esperava ver mais variedade, mais
visitantes e mais modernidade nas propostas. Tudo muito regionalista. Afinal,
quase só, um olhar sobre um país visto pelos seus artistas com a singularidade da
alma russa. Alguns outros expositores, mas muito pouco para encantar. Todavia,
nas muitas feiras de arte que visitei a diversidade é tanta, com propostas,
algumas até ridículas, mas entendidas apenas como chamamento, o que em arte é
sempre importante, mas aqui o propósito foi outro, ou não fosse o mercado uma
montra de escolha múltipla.
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