João Alfaro
“Olhos nos olhos”, 2014
Pintura sobre tela, 60x100cm
Dias há que nada sei dizer,
porque me apetece apenas saborear o silêncio, que é muito de mim. Que posso
acrescentar a uma pintura, onde o pensamento do outro se esconde atrás da muralha
privada que habita em cada um de nós? Nada. Simplesmente nada. E, porque nada
consigo dizer, tanto há para acrescentar do não dito. Acontece muito. Nada se
diz dizendo tanto. De tanto silêncio a inquietude cresce, perante a dúvida do
desconhecido, todavia, que interessa saber? O melhor mesmo, tantas vezes, é
ignorar, embora o saber seja fundamental, para dar razão ao sentido da
orientação. De vazio em vazio se fazem os dias, ora com mantos de esperança ou
de certezas. Com os olhos bem abertos ou, pelo contrário, não querendo ver o
óbvio, pela razão simples que a fantasia é parte real do saber viver. E lá
vamos cantando e rindo. Pois claro.
E vos deixo com as palavras de Alexandre
Dumas que disse um dia:
"Quis Deus que a única coisa que não se possa disfarçar seja o
olhar do homem."
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