sábado, 21 de dezembro de 2013

Fado

 



Noite de Fados no ArtSpace João Carvalho, Gouxaria (Alcanena).

 
 
 
 

 
“Preso ao Meu Destino”
 
"E preso ao meu destino eu principio
Onde um pequeno sol por entre as árvores
Perscruta o chão
Ávido enfim de azul,
Meu grito vive a ponte que o abismo
Há muito conquistou.
O lume é ténue,
A chama é quase ausente e quase extinta."
 
 
António Salvado, in “Na Margem das Horas”.
 
 
 
O Natal está aí. Foi um ano diferente. Muito. E de tão abismal, comparativamente a outros, não o vou esquecer. Recordei o meu pai. Muito. E, porque das memórias se alimentam os dias, com a saudade e a ternura que o pensamento alimenta, vivi momentos salutares com o melhor que a vida nos dá e as esperanças nos vaticinam. Mas veio a tragédia, na porta ao lado, e me fez ver a fragilidade do ser e a angústia do amanhã. E muito.
 
Neste fado de alegrias e de lágrimas sem fim, o tempo passa, onde se procura o encantamento nos pequenos prazeres, e nos sonhos que a imaginação tece. Amanhã é outro dia e para o ano haverá Natal de novo. Para uns a encruzilhada das dúvidas no muito querer e, para outros, a resignação do nada desejar, porque não há nada, mesmo nada, apenas a dor por companhia. No meu oásis de bem-estar faço da pintura um ponto de encontro de gentes, projetos, sonhos e fantasia, enquanto as forças do Olimpo o permitirem.
 
 
Bom Natal para todos os que continuam fiéis – aqui - nesta caminhada de desejos e confissões.
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Henri Amiel, in “Diário Intímo”.
 
“Cada vida faz o seu destino.”


Sem comentários:

Enviar um comentário