sábado, 26 de outubro de 2013

Nos caminhos da arte

 
 
 
 
 

Dos amores que a vida me prende, a pintura é um deles. Desde criança que trago comigo este desejo ardente de construir um imaginário artístico. As causas para esta entrega não as sei explicar, mas é graças a este empenho, que os meus dias são como são, e a luz tem a intensidade que tem, nos bons momentos e também nos outros. Nesta caminhada em que a razão maior é edificar uma expressão comunicativa, com os meios que o tempo e o modo me permite, vou agora mostrar, publicamente, alguns trabalhos recentes.

 

 Gosto da descoberta permanente que a pintura me dá, daí a constante busca em novas temáticas, novos processos e novas abordagens na arte de representar o belo - objetivo supremo – porque tudo tem mais encanto quando os olhos se enchem do maravilhoso e do fantástico, que se revelam, para mim, nos caminhos da arte.

 

“Nu Eterno” é uma exposição em parceria com o escultor João Carvalho em que, de um lado há, particularmente, o olhar das formas volumétricas e, do outro, a essência da cor, na abordagem aos encantos da beleza humana.

 

Este é o primeiro dos muitos eventos que se pretendem fazer na ArteSpace, com o propósito de criar diferentes elos estéticos, porque cada iniciativa engloba também a participação de outros criativos, neste intercâmbio das artes. Na inauguração – a realizar no dia 9 de Novembro – a música marcará presença com a atuação de vários  artistas. Em futuros eventos  participarão poetas, escritores e artistas de palco de acordo com cada temática.





E vos deixo com as palavras de Henri Bergson que disse:

 

“A vida é um caminho de sombras e luzes. O importante é que se saiba vitalizar as sombras e aproveitar as luzes.”

 


 

sábado, 19 de outubro de 2013

Não tenho tempo

 
 

 
 
 
 
 

João Alfaro

 

“Adonísia”, 2013
Pintura sobre tela de 120X100cm

 
 
 
 
 
 
 
 

Não tenho tempo. Nem hoje, nem amanhã, nem nunca. Nunca tive tempo. O meu tempo nunca foi meu. Foi sempre dos outros e das outras coisas. Levaram-me o tempo. O tempo meu. E, porque nunca tive tempo, vi passar o tempo. O tempo de fazer o que gostaria de fazer, mas não fiz, ou, pior ainda, não fui capaz de fazer. Muitos livros ficaram por ler, muita pintura por realizar, muita música por ouvir, muito sonho por concretizar. E tudo por causa do tempo, ou da falta dele. O tempo que não tenho e que gostaria de ter: passei anos sem dormir o tempo que gostava; de não amar os meus como adoraria no tempo certo; de não viajar pelos caminhos da paixão no tempo como aspirava. E o tempo passou. Resta-me, agora, pouco. E o que tenho agarro sofregamente, porque o que lá vai, lá vai. Foi o tempo que passou e não volta mais. Resta-me recordar. E é tanto. Agora é na pintura que esgoto o tempo, como se fosse a última esperança de dizer que ando num tempo, sem tempo. E é tanto o tempo. Tanto, tanto. E não tenho tempo.
 
 
 
 
 
E vos deixo com as palavras de Jean de La Bruyère que disse um dia:
 
“Aqueles que gastam mal o seu tempo são os primeiros a queixar-se da sua brevidade.”


sábado, 12 de outubro de 2013

Pensamentos perdidos

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

João Alfaro, 2012

Pinturas em tela de 100x100cm
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Neste deambular, entre o recordar e o lagrimar, há um espaço de interrogações, que só o tempo dirá de sua justiça, com o aprender das vivências e os mutáveis desejos.
 
 



 

 



E, neste meu modo de respirar o sentimento que a memória transporta, vos deixo com "Gymnopédies" de Erik Satie.



 
 
 
 
 
 
 



sábado, 5 de outubro de 2013

O que eu gostava




 
 
 
 
 
 

João Alfaro

 
“Márcia”, 2013 

Pintura sobre tela de 120x100cm

 

 

 

 

 

O que eu gostava mesmo é de viver diferentemente. Gosto do mar, e vivo longe dele. Preciso do seu ambiente, e apenas tenho por companhia o arvoredo circundante, bem distante da marina e do cântico das  ondas. Gosto das cidades com gente, e vivo neste pacato reduto campestre, que me serve de aconchego, vendo os solitários de sempre, nas ruas esvaziadas que me cercam. Gosto dos espetáculos de palco, e estou longe dos teatros.  Os eventos operáticos apenas os vejo uma ou duas vezes no ano, embora façam parte constante das audições musicais de todos os dias.Gosto de muitas outras coisas que não posso ter, nem viver, todavia, pensando bem, sou um sortudo: tenho, não sei onde, nem porque razão, encontros constantes com as divindades celestiais, porque tanto do que vivo é pureza de sentimentos e de beleza.

 

 

 

 

 

E vos deixo com as palavras de Camilo Castelo Branco que disse um dia:

 

“Viver é ansiar a felicidade possível e a impossível.”