Há sempre tanto para dizer sobre o amor. Quer seja aos
quinze anos de idade, aos vinte, aos trinta, aos oitenta e, até, no instante
final. Por paradoxal que pareça, depois das necessidades básicas de
sobrevivência, a mola real do desenvolvimento da Humanidade está e só pode
estar no amor às pessoas e às causas. As guerras e as invejas são o outro lado
dos que não sabem o que é amar. É esta a história dos homens com muitos deuses
pelo caminho, muito fundamentalismo, muita aprendizagem do "eu" que, desemboca,
eternamente, no desejo do amor. Amar alguém real ou imaginado, e construir
castelos deslumbrantes, é o sonho de todos os que fogem da realidade em busca
de quimeras sem fim. Depois, como fazemos muito, queremos mais e começa o
desencanto com enganos e ficções. E de coloridos cenários passamos a cinzentas
e tristes paisagens de vivências amorosas. Infelizmente é assim em muito lado.
Ontem, hoje e amanhã.
Esta é mais uma pintura (ainda não concluída) em que o
relacionamento humano é a temática dominante, neste meu percurso dos dias de
hoje. “Instante”, tela de 100x81 cm procura caracterizar um espaço e um modo de
estar e sentir num determinado momento, com luz e sombra, ou não fosse o amor…
um raio de luz com muitas sombras.
E vos deixo com as palavras de Stendhal, in “Amor”:
“O amor é o milagre da civilização”.
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