domingo, 20 de novembro de 2011

Um minuto




Um minuto passa num instante, no entanto, momentos há em que escassos sessenta segundos parecem uma eternidade. Numa pequena fração de tempo tanto se pode fazer e, com esse gesto, mudar, ou não, um percurso, um desejo, uma vida. Quantos não esperaram por esse minuto em busca de um sonho, de um projeto, de uma iniciativa? Quantos?

Porque vivemos rodeados de tanto e em múltiplas tarefas e interesses, não temos a capacidade total de analisar o que nos cerca. Grandes obras de arquitetos, de engenheiros e de outros profissionais não nos merecem reparos, nem olhares fruidores, por mais bela que seja a obra de arte. É assim este nosso modo de sentir. E de viver. Não há tempo, nem sensibilidade, nem interesse, nem saber que chegue para o muito que nos rodeia. Por mais belo que ele seja.

Estas obras recentes ainda não saíram do ateliê. Poucos foram os que viram, in loco, as peças. Num mundo de tanta produção artística a maior parte do que se faz acaba por ficar no segredo dos deuses. Agora, felizmente, a net veio permitir a divulgação a outros interessados galgando fronteiras e culturas. Hoje é tão simples e prático ver, conhecer e comunicar virtualmente. É um novo universo que se abre na publicitação do muito que se faz. Ganham todos: artistas e fruidores. Mas não há bela sem senão. Ver com os próprios olhos, estar lá, saborear os ambientes tem outro sabor e outro encanto que nenhuma tecnologia nos dá. Só o real. Felizmente.

E vos deixo com as palavras de Nicolas Boileau que disse:

“O tempo que tudo transforma, transforma também o nosso temperamento. Cada idade tem os seus prazeres, o seu espírito e os seus hábitos.”

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