Todos falamos de tudo e opinamos em causa alheia. Não sou advogado. Não percebo nada de leis. Nem eu, nem os meus amigos do costume. Falamos, no entanto, de justiça ou da falta dela. Da nossa justiça. Dos nossos valores. Ou daquilo que julgamos corresponder aos ideais de liberdade e de normalidade numa sociedade regida por normas de salutar convivência. Depois há os casos que ninguém percebe, talvez só os doutores de leis ou o legislador compreendem os labirínticos juízos assertivos. E todos os dias vejo o homem do charuto que rouba à farta e não vai dentro; nem o outro, que matou em terras de Vera Cruz, está bem da vida sem dar contas. É a realidade dos dias de hoje. Aqui. Entre sonhos e tragédias.
Felizmente que tenho o meu mundo. Ele é a música; ele é a leitura; ele é a pintura; ele é os amigos certos. E com tudo isto fico bem enquanto saúde houver. E é neste contexto que nasceu “O Sonho de Lilith”. Esta pintura em tela de 81x100 cm é mais um olhar sobre os nossos espaços e posturas intimistas nos dias de hoje, longe das golpadas e perto dos sonhos, onde impera o deambular por caminhos fantasiosos, em que a multiplicidade de quereres é o fim último. E por isso pinto com os meus conceitos de justiça, de fraternidade e de paixão. História da Minha Pintura.
E vos deixo com as palavras deLuc de Clapiers Vauvenarques:
“Não podemos ser justos se não formos humanos.”
João Alfaro
ResponderEliminarGostei do quadro e do enquadramento das palavras, que por caber no "Editorial" do "Contra", vou fazer link para a 1H00.
Falar de nós para nós mesmos, escrever sobre o que nos entristece e o que nos faz sorrir, só nos engrandece e fortalece.
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