segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um ano depois




O tempo foge. Foge sempre quando olhamos para o passado. Tudo parece andar demasiado depressa quando desejamos viver mais o presente e a vida. Nem para todos é assim. Para alguns, bem pelo contrário, os dias são eternamente longos. Até as horas. Até os minutos. Depende do que queremos no instante ou no percurso do caminhar em busca do significado da existência. Depende de cada um. O tempo é sempre o mesmo. As horas duram o que duram de igual modo. Nós não. Umas vezes tudo parece certo. Mas só raras vezes. E sempre assim será. Felizmente. Ou talvez não.

Estas telas são apenas algumas feitas no espaço de um ano. Foi muito trabalho. Foi pouco trabalho. Umas vezes correu bem. Outras, como acontece muito comigo, não podia ser pior. É o meu desencontro com a vida, com a história, e com tudo que transforma os meus dias umas vezes curtos, outros, bem longos. Eu queria tanto mostrar tanto , tanto. Mas não sou capaz. Sou vencido pela preguiça, pela incapacidade de criar mais e sempre tendo como desculpa: o tempo. O tempo, esse, tem o seu tempo. História da Minha Pintura.


E vos deixo com as palavras de Carlos Drummond de Andrade



Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.”


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