segunda-feira, 6 de junho de 2011

O momento




Hoje não se fala de outra coisa. Hoje é a notícia do momento. Hoje vive-se na expectativa, uns com a esperança e outros com o desencanto. Amanhã será diferente. Depois é a normalidade que trará o olhar da verdade com a crueza factual. Até lá respira-se entre intervalos de dúvidas e de medos. Como sempre nas histórias há quem perca e quem se aproveite para ganhar muito. Depois de amanhã tudo ficará diferente. Obviamente. Agora é apenas um momento com pouca História, porque o importante mesmo nunca é o instante vivido, mas o que fica desse instante. Dos instantes maiores. E só desses.

A pintura é uma descrição de um tempo que, embora narrando a realidade, está sempre muito para além do instante. É mais História e menos curiosidade momentânea de episódios sem futuro; é mais a substância e menos o fait-divers. E porque assim é, é menos cativante para tantos, todavia, acaba por ser a expressão de um tempo e de um modo sem os adereços da superficialidade. Felizmente.


Estas pinturas são o relato que procura englobar um estar e sentir que se distancia de outros processos analíticos de viver e comentar, apenas porque o importante -para a arte - é a dimensão humana e não caprichos e dizeres sem conteúdo. História da Minha Pintura.

E vos deixo com as palavras de Montesquieu:

“Quanto menos os homens pensam, mais eles falam.”

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