segunda-feira, 18 de julho de 2016

Deixem-me sonhar














João Alfaro 


Exposição de pintura "No feminino"




Casa dos Cubos, Tomar

De quarta-feira a domingo, das 15:00 às 18:00 horas, até 28 de agosto








É verão e as temperaturas assustam. Neste rectângulo peninsular o importante agora é usufruir do tempo, do espaço e das suas gentes, esquecendo, obviamente, o lado inquietante dos muitos males que coexistem e, que mais cedo ou mais tarde, nos batem à porta. Agora o mais importante é saborear a alegria que o calor nos dá, esta paz lusa e olhar a beleza de um país encantador.



Depois de mais um atentado do crescendo islâmico e, perante a apatia confrangedora dos ocidentais, eu que adoro este modo de vida a norte do mediterrâneo, sabendo como acabou o império romano, constato que os caminhos do apogeu e da queda são agora tão visíveis e contemporâneos.




Nas muitas viagens que fiz por essa Europa, vi tanto de belo concebido por grandes mestres, que agora são escondidas as suas obras, para não chocar as mentes perversas de outros políticos ( a sul do mediterrâneo). Enfim... angélicas criaturas que, perante a nudez em pedra das esculturas ou pinturas renascentistas, ficam traumatizadas... 





Agora, mais do que nunca, gosto de pintar a nudez, sobretudo da mulher, com a representação dos comportamentos mais banais e sensíveis da intimidade. Dou tanto de mim, nesta entrega pictórica, como se fosse impositivo deixar o meu testemunho para as gerações futuras, perante a queda iminente da cultura ocidental, porque tudo ficará estilhaçado, como se apenas fosse importante acreditar em doutrinas de manuais de dúbia leitura e não nos Homens. 









E vos deixo com as palavras do filósofo alemão Friedrich Nietzche




“Vivemos num tempo em que a civilização periga morrer por meio da civilização.”

terça-feira, 5 de julho de 2016

Casa dos Cubos



















João Alfaro
"No Feminino", Pintura
Casa dos Cubos, Tomar 2016





A Casa dos Cubos em Tomar, que se ergue numa antiga fábrica,  foi reconstruída e transformada num espaço polivalente, destinado essencialmente a exposições temporárias.  E, porque há locais que nos atraem e cativam logo no primeiro instante, é com enorme satisfação que vejo trabalhos meus expostos aqui. O labiríntico e anacrónico jogo das cores e formas, numa espacialidade mergulhada na luz só por si geram um gostar de estar ali. Nada melhor que mostrar a minha pintura num ambiente tão singular e contemporâneo, onde a arquitetura arrojada se confronta com a temática milenar da representação figurativa do nu feminino.





Agora, mais do que nunca, gosto de colocar o meu trabalho em locais que sejam pontes de passagem, onde a beleza do espaço se articula com a pintura que faço. Aqui, apresento retratos da beleza da mulher, em momentos intimistas e serenos, num ambiente e num tempo de sol e luz, durante o mês de julho e agosto, porque sei que um mar de turistas visita a cidade e descobre os melhores e singulares espaços. Nada melhor que mostrar a tantos mais um vislumbre da pintura que me preenche, razão para continuar andando e mostrando num solitário modo de ser e estar.







E vos deixo com as palavras do poeta  Rainer Maria Rilke:




“ As obras de arte são de uma solidão infinita: nada pior do que a crítica para as abordar. Apenas o amor pode captá-las, conservá-las, ser justo em relação a elas.”