domingo, 12 de julho de 2009

Domingo



Domingo é (era), por excelência, o dia do descanso semanal, hoje tão contrariado pelas exigências do chamado progresso que devora tudo e todos. É um fartote; são as bicicletas; são os atletas; são os carros que em filas indetermináveis esperam e desesperam para alcançar um metro de praia e contemplar o mar; são os automobilistas que levam a família pelos mesmos circuitos de sempre; são os namorados e os pais divorciados que enchem os jardins; são os centros comerciais a esgotar de gente; enfim, é o nosso tempo. Bem e mal vivido.

Seurat (1859-1891), pintor francês, deixou-nos uma obra que é hoje um símbolo da França, embora a grande tela, Domingo à tarde na Grande Jatte, (207,5 cm x 308 cm) seja hoje propriedade do Art Institute de Chicago e esteja bem longe dos olhares dos franceses. Esta tela retrata uma época onde a serenidade e a acalmia do Dia Santo era obrigatório. Outros tempos.

Esta tela, que pintei em tempos idos, de pequeno formato, retrata um domingo passado em Paris, cidade que tive o privilégio de visitar várias vezes, e que me encanta, sempre mais e mais.

E vos deixo com uma voz que adoro -Edith Piaf-, recorda-me Paris e as tardes de Domingo.



4 comentários:

  1. Gostei bastante da obra Domingo, a de que fala de Seraut é muito interessante, nunca a vi ao vivo, mas...
    Recomendo-lhe este site

    http://www.classicalarchives.com/

    Um abraço

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  2. Um quadro lindo, sereno, que apela ao Domingo como ele devia ser - tardes de descanso, de repouso, de passeio, de família, de descontracção! Uma boa tarde de Domingo, João!

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  3. Lembrei-me a propósito do clima de descontracção e de descanso a que a pintura apela da "Liberdade" de Fernando Pessoa:

    "Ai que prazer
    Não cumprir um dever,
    Ter um livro para ler
    E não o fazer!
    Ler é maçada,
    Estudar é nada.
    O Sol doira
    Sem literatura.
    O rio corre, bem ou mal,
    Sem edição original.
    E a brisa, essa,
    De tão naturalmente natural,
    Como tem tempo não tem pressa..."

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